sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

E castigo.

Quando começou a ser proibido dizer o que sente sem ter medo?
Quando eu comecei a ser obrigada a fingir que tudo é mentira ou que tudo é verdade?
Que mundo é esse que me faz eu me sentir mal por ter os sentimentos mais puros e profanos ao mesmo tempo?
Que mundo é esse que faz da sinceridade chacota para os corações perversos?
Quando os corações perversos passaram a ser maioria?
Quando comecei a ter vergonha de querer descobrir se é amor ou paixão?
Nenhuma dessas perguntas traz respostas interessantes.
Eu não pergunto procurando respostas.
Pergunto para fugir das respostas que não têm perguntas.
Quero fugir das certezas que insisto em duvidar.
Gostaria de não sentir o proibido ao invés de ter medo de o confessar.
Gostaria que não houvesse verdades ou mentiras ao invés de fingir sua existência.
Gostaria de poder ser puramente profana ou profanamente pura sem me sentir mal.
Gostaria de ter um coração perverso para contemplar o fim do amor e da paixão.
Gostaria ia ia ia... mas nem fui.
Eu minto quando digo não saber das coisas. Todo mundo mente quando diz não saber das coisas.
Isso acontece porque preferiríamos não saber.
A dúvida é um álibi.
Você é o meu crime.