sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

E castigo.

Quando começou a ser proibido dizer o que sente sem ter medo?
Quando eu comecei a ser obrigada a fingir que tudo é mentira ou que tudo é verdade?
Que mundo é esse que me faz eu me sentir mal por ter os sentimentos mais puros e profanos ao mesmo tempo?
Que mundo é esse que faz da sinceridade chacota para os corações perversos?
Quando os corações perversos passaram a ser maioria?
Quando comecei a ter vergonha de querer descobrir se é amor ou paixão?
Nenhuma dessas perguntas traz respostas interessantes.
Eu não pergunto procurando respostas.
Pergunto para fugir das respostas que não têm perguntas.
Quero fugir das certezas que insisto em duvidar.
Gostaria de não sentir o proibido ao invés de ter medo de o confessar.
Gostaria que não houvesse verdades ou mentiras ao invés de fingir sua existência.
Gostaria de poder ser puramente profana ou profanamente pura sem me sentir mal.
Gostaria de ter um coração perverso para contemplar o fim do amor e da paixão.
Gostaria ia ia ia... mas nem fui.
Eu minto quando digo não saber das coisas. Todo mundo mente quando diz não saber das coisas.
Isso acontece porque preferiríamos não saber.
A dúvida é um álibi.
Você é o meu crime.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Minha perfeição da metáfora

Talvez hoje eu devesse comemorar meu aniversario.
Talvez hoje todo mundo devesse dar os parabéns a mim.
Talvez hoje eu devesse ganhar presentes.
Talvez hoje eu devesse ouvir muitos “tudo de bom pra você”.
Porque sou eu que tenho a graça de te ter como amiga, de saber que você nasceu hoje em uns anos atrás, pra um dia ser a minha Vandinha.
Ou talvez não.
Talvez não seja necessário.
Saber que você existe e que de algum jeito eu posso te chamar de “minha” me dá motivo para comemorar meu aniversário todos os dias.
Todos os dias as pessoas deveriam me dar os parabéns por ter conquistado sua amizade.
O melhor presente eu já ganhei e nem preciso dizer que ele começa com A (comeram o P).
E tudo de bom eu já tenho com voce.
Talvez por isso eu não precise comemorar meu aniversario hoje.
Mas vamos comemorar o seu então.
Os parabéns são por você ter conseguido me suportar por mais um ano, eu sei, não foi fácil.
Vamos pular a parte dos presentes, ok?
E enfim, tudo de bom pra você.
Como você já sabe, eu quero ser melhor em tudo para que esse tudo seja seu porque você merece o melhor.

Feliz aniversário, minha Vandinha.
Pra Sempre, eu te amo.

domingo, 15 de novembro de 2009

Sem km/h


Um disfarce. Um acaso. Um caso.
Sem sentimentos
Cem sentimentos
Me diga você o que é isso.
Me faça arder
Não quero sentir medo
Isso eu já sinto sem você
Uma pose. De relance um lance.
Um laço.
Um afeto. Um amasso.
Palavras tortas.
Sem amores
Cem amores
Sacode minha vida, levanta meu astral
E diz tchau.
Um paralelo. Um par. Um elo.
Sem desejos.
Cem desejos.
Mente vazia cheia de beijos
Esqueci que você é de lá.
Então vá.
Mas deixe alguma coisa, um sinal
Um sentido sem sentidos
Cem sentidos.

domingo, 8 de novembro de 2009

All star

Perceber a mentira dos contos de fadas não é culpar a escassez de príncipes encantados, é admitir que não se é uma princesa.
E não poder culpar o outro machuca e entristece.
Sempre foi bom acreditar que existiria alguém no mundo que passaria a noite a procurar a garota do sapato de cristal n° 33/34.
Mas o encanto se desfez antes da meia noite.
A princesa não quer mais andar de salto alto.
Nem se quer acha que pode ser chamada de princesa, embora ainda preserve o desejo de a ser.
Sabe que não consegue ser a tampa da panela
O pé doente para o sapato velho
E só consegue ser a metade da laranja se for a parte podre.
Embora preserve o desejo de ser perfeita para alguém.
Ainda não o é e não lamenta exatamente por isso.
Só por aquela vontade de ser um pouco normal. Mas logo passa.
Como passa a emoção do amor. Como passa a tristeza da desilusão. Como passa a vontade de você. Como o trocadilho infame da uva passa.
De fato passa.
E pode ser que eu ate me sinta bem por andar de all star.
Por eu ser só minha ou de quem eu quiser.
Bem por não pertencer à esfera delicada dos romances aparentemente perfeitos e absolutamente findáveis.
Pode ser também, que daqui pra amanhã, eu queira um sapato de cristal, ou eu beije um sapo. Pode ser.
Mas hoje, o meu all star vermelho combina apenas com as minhas unhas.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Pode ser, se eu estiver a fim


Em segundos vejo tudo perder o sentido, minutos depois recupero toda segurança que há em mim. Se é que há.
Talvez seja mais uma das minhas farsas
O que me dá a chance de ser tudo e ser nada.
Pode confiar em minhas palavras, só não as eternize.
Se te digo que te amo, foi exatamente naquele momento que o sentir. Já amanhã? Se eu disser que te amo de novo, é porque voltei a amar, se não o disser, porque não o sinto mais. Talvez mais tarde.
Perturba-me às vezes não saber prever o que serei, do que gostarei, de quem gostarei, ou se simplesmente gostarei. Assusta-me essa vulnerabilidade, mas assumo o risco de me ser. Se é que sou.
E quem é que sabe?
Minhas únicas certezas eu não posso revelar, são sujas e o mundo é limpo. Não é assim que parece? As verdades sao tão preciosas que se tornam um prêmio para quem as ouve. Não darei este presente a todos.
Já não me chateiam os percalços da vida, não hoje. Talvez amanhã. Mas hoje, gosto do que preenche minha cabeça e me sinto bem por não ser comum, talvez pior que a maioria, mas não me preocupa. Não hoje, talvez amanhã. Gosto do que ouço, gosto do que vejo, gosto do que sinto, não gosto do que digo, mas gosto de dizer. E digo. É a vida ardendo em mim e me pedindo para viver. Não é amor pela vida que sinto. Só um desejo de preencher a vida com amores e os amores com um pouco mais de vida.Por hoje eu seria tudo, talvez amanhã não. Não eternize minhas palavras. Só acredite nelas, hoje. Talvez, amanhã não.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

"Se tudo está tão bem, não era para eu estar também?"

Pamella Mendes

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Alucinógena


Pior que descumprir uma promessa é abortar um sonho e pior que abortar um sonho é deixar de cumprir um sonho prometido. Deve até ser pecado uma coisa dessas.
O amor é muito grande para justificar cada despedida da lucidez e o apego à insensatez. Como se acordar com o pé direito fosse melhor que nem deixar os pés tocarem o chão.
Como se eu não soubesse que as pessoas passam a vida esperando por aquilo que dará sentido a tudo ou que fará tudo perder o sentido. Como se eu já não soubesse que pessoas venderiam a alma para estar no meu lugar se te conhecessem como eu conheço. Como se eu me importasse com o por vir. Você me faz não pensar no passado e me faz querer um presente muito peculiar, só nosso.
Bom, se o futuro me assusta, com certeza não é por medo do mal que você possa me causar. É medo do bem.
Depois de estar com você, que vontade terei de viver dias que me ofereçam menos que isso?
Tenho medo sim de te ver.
E nem é por você ser fedida, usar óculos, aparelho e seu cabelo ser matéria-prima para vassoura. Uma hora a gente acostuma.
Tenho medo de te ver, porque posso depois não querer olhar para outro lugar.
Tenho medo de sorrir com você e fazer todas as outras coisas perderem a graça.
Tenho medo de abraçar você e terminar por te transformar na minha gêmea siamesa.
Tenho medo de andar ao seu lado e na sua ausência nem perceber que tenho pernas.
Tenho medo de assistir a um filme com você e depois sentir que, sem você, minha vida é um cinema mudo.
Tenho medo de tudo que é bom.
Tenho medo de simplesmente te encontrar, porque sou capaz de fazer parar o tempo eternizar o momento que, sem dúvida, será o mais feliz da minha vida.

domingo, 27 de setembro de 2009

Muito além


Como se as palavras fossem suas e num ato de submissão, na sua presença, todas elas se escondem como se não fossem dignas de aparecer para ti. Nem uma delas é inteligente ou bonita o bastante para ser dita a você. Até o silêncio se incomoda por ser tão calado. Tudo na sua presença.
Nada me pertence, nem as palavras, nem o silêncio. A sua possessão sobre tudo justifica meu comportamento inquieto e esquisito. Não tenho o controle nem dos meus pensamentos. Isso só pode ser magia e das mais negras possíveis. Meus olhos não te reverenciam como todas as outras coisas o fazem, eles te desejam. Eles te vêm tão impuro quanto sagrado.Se houvesse uma maneira de impedir isso, eu não mudaria nada. Porque me faz bem o pensar em você. Faz-me tão bem quanto mal. Tão mal que até me faz esquecer que me faz bem. É quando eu sinto vontade de arrancar os olhos. Mas teria de arrancar muito mais que isso. Já estou impregnada de você. Eu tenho que parar com essa mania de você. Parar com a mania de querer o bom e o belo, com a mania de me afixar às mais ilícitas vontades e de sentir que tudo só será melhor se puder partilhar cada minuto com o mais incrível dos desejos proibidos.

domingo, 20 de setembro de 2009

Tempos Modernos


Composição: Lulu Santos

Eu vejo a vida melhor no futuro
Eu vejo isso por cima do murode hipocrisia que insiste em nos rodear
Eu vejo a vida mais farta e clara
Repleta de toda a satisfaçãoQue se tem direito
Do firmamento ao chão
Eu quero crer no amor numa boa
E que isso valha prá qualquer pessoa
Que realizar a força que tem uma paixão
Eu vejo um novo começo de era
De gente fina, elegante e sincera
Com habilidade pra dizer mais sim do que não
Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
E não há tempo que volte amor
Vamos viver tudo o que há prá viver
Vamos nos permitir!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Cordas

Descabelou-se
Saiu correndo e gritando
Ou gritando e correndo.
Parou. Percebeu.
Frustrada e constrangida.
Ou constrangida e frustrada
Voltou cabisbaixa.
E esperou aparecer qualquer coisa que lembrasse você.
Qualquer movimento similar.
Levou tempo ate perceber que só há um de você.
Não é possível encontrá-lo em todos os lugares que olha.
Se existisse um para cada olhar de dúvida e anseio lançado, o mundo se resumiria a eles.
Nem de longe isso é verdade.
Neste mundo, não há tempo nem espaço para chamarem alguma coisa de nosso.
Como se dois corpos não pudessem desfrutar de um sentimento mútuo.
Não nessa dimensão.
Os universos são paralelos, mas, no infinito, hão de se cruzar.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O que eu quero tem nome

Desejar a liberdade sem entendê-la é como ficar em dúvida entre dois tipos de shampoo e escolher o mais caro por acreditar que seja isso que o defina como melhor.
Ninguém sabe exatamente o que é ser livre. Mesmo assim, sempre foi, e nunca deixará de ser, um desejo comum. Não o tipo de coisa em comum que une. Tende mais para o contrario. Talvez um grupo de garotos que gostariam de ter vivido os anos 70 ou que adorariam ser considerados subversivos em plena ditadura militar sintam-se ligados por ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.
Mas, nos demais casos, ou até, não vejo porquê não,entre os “unidos venceremos”, a liberdade é desprendida de qualquer igualdade, quanto mais fraternidade.
Todos temos nossos cativeiros particulares dos quais queremos sempre fugir. É a fuga bem sucedida que eu chamo de liberdade. Exatamente aí que surge o conceito pessoal, íntimo e nada unânime. Já quando não sabemos do que nos desprender, mas ainda assim desejamos algo e o chamamos de liberdade, o termo se torna indefinível.
Nunca ouvi uma criança pedindo liberdade. É a fase da vida em que há mais liberdade. Pelo menos dentro de uma proporção entre o que se deseja e o que se tem.
Os jovens querem muito e muitos querem muito dos jovens. Assim nascem os cativeiros, a vontade de fazer e a sensação de não poder.
Liberdade é um desejo coletivo alicerçado em desejos individuais, não que não haja desejos individuais iguais.
Os adultos, quando jovens, conseguiram pouco do muito que queriam, fazendo-os parar de querer tanto.
Pouca coisa pendente, pouca coisa os prende. Pouco se quer. Pouco se tem. Para quê lembrar de falar das flores? E quem poderá dizer que eles já não são livres? Da mesma maneira que não há quem possa garantir que são felizes.
Não sei qual o limite entre felicidade e liberdade.
Sempre haverá algemas e sempre haverá o desejo de livrar-se delas.
Se digo isso apenas porque sou jovem, saberei apenas quando for adulto. No entanto, hoje, eu sei que ainda que os meus sonhos criem para mim cárceres imundos e cruéis,
Ainda que os meus desejos mais sinceros cobrem de mim uma responsabilidade desonesta,
Ainda que tudo que eu queira resuma-se a não sentir a obrigação de fazer o que quer que seja e que isso traga para mim um estereótipo equivocado.
Ainda que eu me torne refém de tudo que eu possa querer, nunca quero deixar de cantar “liberdade para dentro da cabeça”.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Nada Mesmo

Não são os seus olhos distraídos, olhos que nunca me vêem, que nunca me encontram. Nunca me enxergam.
Não são suas palavras displicentes, sempre tão pouco carinhosas.
Não são os seus pensamentos indecifráveis, se existem, se perdem no espaço antes de me encontrarem
Não são os seus gestos bobos que nunca me sentem, suas indiferenças aparentes, ao menos.
Não é nada em você, afinal.
Nenhuma justificativa, nenhuma resposta e todas as perguntas.
Sou eu. É tudo em mim.
São os meus olhos distraídos, que perdidos, só querem te ver.
São as minhas palavras displicentes que muitas vezes não queriam ser ditas. Num turbilhão de emoções elas escapam, nem sempre discretas.
São os meus pensamentos indecifráveis. Eu acho que não quero, mas quando penso, era só o que eu queria. Ou é quando eu deixo de pensar. É quando eu faço a desconexão entre o melhor e o pior para mim.
São os meus gestos bobos que só querem te sentir. Que querem chegar até você. Tento negar, mas é para você que eu caminho.
E é por isso que eu me perco sempre.
Fico no meio do caminho.
Sem norte.
Sem sul.
Sem você.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Sinta o silêncio.
Ouça o que não há para se ouvir.
Não há nada, mais nada aqui.

sábado, 8 de agosto de 2009

O bom é ser inteligente e não entender

Com uma freqüência fora de hora de adolescente em crise, tento me conhecer, saber o que em mim odeio e amo. Ninguém sabe porque se pergunta tanto a respeito de si mesmo, nem por isso deixa de se perguntar. Não fujo desse padrão.
Para estabelecer limites entre o certo e o errado, entre o bom e o ruim, buscamos formar o conceito do que somos, do que faz parte de nós e do que é dispensável.
Busco conhecer-me afim de estabelecer limites entre o bom e o mau, o prestável e o dispensável. Para saber o que a minha moral irá rejeitar, ou apenas para matar a curiosidade de me ser. Foi procurando a mim que encontrei Clara e Alice. Duas pessoas diferentes, mas há sintonia mesmo que nem sempre perfeita. A primeira será eternamente infantil, conserva em si a fantasia. A outra, calejada pelas dores do mundo, é triste e solitária. Clara tem uma timidez ingênua, doce, contrapondo a ousadia de Alice. Se uma coisa me intriga, é o caráter antagônico que faz dessas duas criaturas um único ser.
Os sonhos são pintados em giz de cera, com cores sem nomes. Um caminho fácil de se perder, sempre quero estar onde não estou. O lugar das cores sempre tem um sorriso, um encanto, uma magia. A Clara é quem me faz pensar que o mundo não é preto e branco.
Assim como o arco-íris anuncia a chuva, a Clara dar lugar a Alice que tem muito a dizer, mas descobriu que os pensamentos não são feitos de palavras, pelo menos não essas que já existem, talvez sejam desenhos e por esse motivo não consegue apresentar o que lhe ocorre. Emudece. E como se houvesse tradução exata, ela tenta falar com os olhos. Mais que tudo ela se atreve a sentir. Caótica e intensa. Viver a solidão dramática de quem vive rodeado por pessoas amáveis não é mérito apenas dela. Coração selvagem, o amor tentou domesticar e não conseguiu. Talvez tenha sido este o choque que separou o sonho da realidade. Mesmo sabendo que sonhos podem ser reais e a realidade pode ser um sonho.
Quando uma parece totalmente indiferente à outra, há o sopro de vida que as toma e as une. Engana-se se pensa ser o amor mútuo ou um laço familiar. É um medo que apavora sem motivos. Medo de ser apenas fantasia ou solidão. Medo de ser. Medo de não ser nada. Medo de ser tudo. Medo de não ter o que temer. Para uma, a vida é feita de alguns contos, para a outra ser feliz é vida clandestina. É conflituosa a relação entre duas pessoas diferentes, mas há sintonia mesmo que nem sempre perfeita.
Entendo que não preciso entender. Não nego a curiosidade de saber como nasceu Clara e como chegou-se em Alice, quero por hora saber que elas existem e isso já sei. Então me basta. Desejo sempre, e disso não abro mão, expor o que supostamente acontece aqui e ali, não que isso vá alterar alguma coisa, não altera nada. Não preciso que mude. É a minha anorexia. Minha vida dividida em quase verdades inventadas. Minha interrogação bem sucedida. Não sendo as palavras que definem os sentimentos, retiro-me sabendo que são os sentimentos que definem as palavras.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

É nesse caminho perdido que te encontro mesmo sem procurar
Se eu quisesse que as coisas se consertassem, eu andaria na linha
Mas meus pés me levam para longe
Se eu olhar para trás, já não vejo o começo de tudo
Porque eu me perdi, mas não quero voltar
Não quero voltar
Melhor estar perdido do que te encontrar.
E é nesse caminho perdido que te encontro mesmo sem procurar
Então me leve pra longe
Não me mostre o amor
Seja lá o que for, só fique aqui perto
Já que te encontrei, só fique aqui perto
Não quero mais pensar no medo
Não preciso encontrar a saída
Nem precisa ter saída
Não quero voltar
Não me mostre o amor
Não vá para longe
Não me deixe sentir medo
Só por hoje me abrace de novo.

domingo, 2 de agosto de 2009

Pazxão

Uma eterna apaixonada se apaixona eternamente.
Sonha com o príncipe, beija o sapo, o efeito pode não funcionar, mas o que importa é se apaixonar.
Alguma coisa lhe falta ao coração, aquela coisa que lhe faz respirar fundo e se sentir feliz só por poder respirar fundo.
O jeito é se apaixonar
E se apaixona.
Para quem queria tanto um amor para amar, a reação normal é sempre a surpresa. O amor é um pseudo-pessimista.
E é tudo normal, menos a surpresa.
A eterna apaixonada que se apaixona eternamente olha-se estranha sem se reconhecer.
Frustra-se ao perceber que estava enganada ao pensar ser a paixão que lhe faz respirar fundo e se sentir feliz só por poder respirar fundo.
E não é.
Não para ela que se vê indiferente ao que um dia foi almejado como amor ideal e a felicidade seria um fato.
É triste, ao menos ela sabia o que queria, ainda que estivesse enganada.
Alguma coisa lhe falta ao coração, aquela coisa que lhe faz respirar fundo e se sentir feliz só por poder respirar fundo.
Pensou até que as cicatrizes colecionadas tivessem deixado dormente o coração a ponto de nem mais sentir dor ou amor (sinônimos, eu diria).
Mas isso foi até perceber que não é paixão que lhe faz respirar fundo e se sentir feliz só por poder respirar fundo.
Até que aquele clichê auto-ajuda-pós-fim-de-relacionamento-traumático tem lá sua razão: encontre a paz interna. Procure-a dentro de você.
Procurou, e achou. Era paz que ela precisava.
Como nenhum clichê é comprovado cientificamente e ainda com o álibi de que toda regra tem exceção, ela encontrou a paz interna, mas quem escondeu, escondeu tão bem que ela encontrou numa outra pessoa.
Pazxão
A auto-suficiência é interessante, mas é um caminho muito solitário. Coitada da eterna apaixonada que se apaixona eternamente, é um pecado confessar ter encontrado a paz em outrem.
Não. Encontre aquela coisa que lhe faz respirar fundo e se sentir feliz só por poder respirar fundo dentro de você. E apenas em você.
Bobagem
E ela descobriu tão por acaso.Te viu, chegou perto e por um momento respirou fundo e se sentiu feliz só por poder respirar fundo.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Guerra improvável, paz impossível

Parecemos tão bem, somos ate cordiais um com o outro.
Pedimos desculpas
Fazemos pactos
Rimos juntos, até
Enquanto minha vontade é sacudir a sua cabeça e te fazer ver que odeio estar apenas bem já que poderíamos estar melhor.
Sim, sei que algumas situações são irremediáveis e não questiono os fatos. Apenas os relato sob a ótica de quem gostaria de fazer explodir seu coração com as dores tão bem pagas por um sentimento mútuo qualquer.

domingo, 5 de julho de 2009

A Paridade do Amor

A sensação de viver um momento singular nem sempre é especialmente boa. Nenhuma música combina com você, nada dito antes corresponde ao que você sente. Nenhum personagem de novela é o seu favorito. Sua vida é única. Vivi esperando esse momento chegar e garanto que não tem sido especial. Achei que fosse um privilégio, mas não passa de uma desconexão com a vida. Não que a minha esteja detestável. Só não tem sido confortável não saber o que vai acontecer. Cadê a parte em que eu me apaixono e digo “Eu te amo, não sou nada sem você”? Quando é que eu peço desculpas por ter me atrasado? Também sumiu o momento em que choro por tudo estar tão bem. Não, nada disso tem acontecido. Vivo cada instante como se estivesse esperando algo grandioso acontecer, e se algo acontece, não acho que é grandioso e espero o próximo capítulo. Todos dizem que o amor é impreciso, que ficamos esperando uma coisa e encontramos outra e tudo a respeito das irregularidades do amor, mas não posso parar de sonhar com o melhor. Essa idéia de que o amor pode aparecer a qualquer momento e eu devo estar pronta e se não estiver o amor pode passar, me perturba porque é como se eu tivesse que me conformar com qualquer um que apareça, porque ele pode ser o amor da minha vida e se acho que tem alguma coisa errada, estou sendo cega, tola e imatura por não perceber a probabilidade do amor acontecer.
Não que o amor seja pontual, bem longe disso, porém isso não me faz deixar de sonhar com o príncipe encantado, com o melhor que Deus tenha para mim. O que pode acontecer é eu mudar meus parâmetros de homem ideal, mas não vou deixar de sonhar, de esperar que o amor aconteça exatamente como eu imagino.
Na realidade achamos graça em ser ímpares, diferentes, únicos. Não é exatamente ruim, acho que, na maioria das vezes, é para fazer parecer que sua vida é mais atraente quando não passa de um lugar onde ninguém queria estar, por isso é único. Eu, pessoalmente, prefiro ser ímpar quando posso formar um par, gosto de ser especialmente única para um outro alguém que é especialmente único para mim. Só existem duas maneiras de ser par. Se ambos forem pares, mas nesse caso sua vida continua a mesma e é isso que não tem graça. Ou se ambos forem ímpares, ambos são únicos, mas juntos formam um par. Particularmente acredito que a matemática é mais sagaz que a física e respeito quando esta afirma que os opostos se atraem, mas isso não se aplica à vida amorosa. Não do meu ponto de vista. Par com ímpar sempre é ímpar! Se não houver semelhança entre os elementos, eles nunca serão par.Eu sou ímpar, mas isso só fará de mim especial quando encontrar o meu outro ímpar. Sou um número primo, divisível apenas por mim e pelo número 1. O número 1, o melhor. O número 1!

domingo, 28 de junho de 2009

O Menino do Pijama Listrado

Em que se subsistem as diferenças entre as pessoas? Não falo da moral sobre a etnia, a condição econômica e social, ou ate religiosa que são um prato cheio para as redações de processos seletivos. Quero entender o que faz eu e você acreditar que aquela outra pessoa é diferente ou igual a mim. Por que eu a desprezo ou lhe tenho apresso? Hum... porque eu não entendo sobre sua etnia, condição econômica, social ou ate religiosa?
Queria entender porque escolhemos elementos tão superficiais para avaliar uma outra pessoa que as vezes pode ter mais coisa em comum conosco do que possamos imaginar. Se eu forçar bem a minha mente, posso imaginar que seja a inocência que me faz ver o melhor das pessoas, que me faz acreditar que eu tenho tanto a oferecer a ela quanto ela a mim. Uma vez ouvi dizer que a ignorância traz felicidade, e talvez isso também seja uma resposta. E não soa tão medíocre dizer isso quando de fato ignoramos a etnia, condição econômica e social ou ate religiosa da pessoa.
É difícil encontrar pessoas ainda inocentes porque, acredito eu, quando alguém percebe não ter a pureza e a sensibilidade que acompanha a inocência sente-se, ainda que não admita nem para si, desolado, sente-se vazio por não conseguir acreditar que somos, em algum ponto, iguais, por não conseguir acreditar que ela tem tanto a oferecer ao outro quanto o outro a ela. Como as pessoas, cuja maldade já foi despertada no coração, não querem estar sozinhas nem conseguem estabelecer uma boa relação com os que ainda conseguem ver semelhança entre os diferentes, o que passa a alimentar seu coração é desvirtuar os outros e os fazer esquecer o porquê de falar das flores, por isso o mundo vai ficando cada vez pior para se conviver em harmonia.


Mesmo sabendo que os bons morrem jovens, eu quero descobrir o que tem do outro lado da cerca.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

O mais ensne!


a - á - à - aba - abaçanado - abacate - abacateiro - abacaxi - abacial - ábaco - abade - abadessa - abadia - abafação - abafadiço - abafado...


*tentando reunir todas as palavras do dicionário para ver se juntas elas conseguem definir o que voce é pra mim já que ainda não encontrei uma que possa fazê-lo*


Anyway...

Gostaria de ter sido a 1° a te dar os parabéns.
Alias, gostaria de hoje ter visto o seu primeiro sorriso, ouvir sua primeira bobagem, de ganhar o primeiro abraço e quem sabe ate o primeiro pedaço de bolo. Mas tudo isso so me serviria como “status”... porque na prática, não me faz diferença ser a primeira, a do meio ou a última. Eu desejo (e disso não abro mão) ser a “de sempre”...
De ver todos os seus sorrisos, de sempre ouvir tuas bobagens, de ganhar sempre teu abraço e quem sabe sempre comer um pedaço de bolo com você.
É difícil pensar em como a gente se conheceu e não achar estranho. Para quem vê é ate duvidoso, porque é praticamente impossível gostar tanto de alguém que a gente conhece assim, tão por acaso... todas as dores de cabeça que o Orkut já me causou, já foram recompensadas pela sua amizade.
A felicidade de saber que ainda existem pessoas como você me deixa boba, quase sem palavras. “Quase” porque ainda há muita coisa da qual gostaria de lhe dizer.
Agradecer por você não ter negado ser o tracinho do A.
Por aceitar de bom coração meu barquinho de papel.
Dizer que há em você, ainda que eu não saiba o que exatamente, alguma coisa que me inspira confiança, que te faz ser a primeira pessoa que me vêm a mente quando estou em algum perigo, nem que esse perigo seja simplesmente a iminência de um espirro.
Posso dizer também que você fica muito bem de barba [eu já disse isso antes? xD]
Quanto as muitas outras coisas que caberiam aqui, prefiro não as dizer porque são clichês demais e pior, no final você nem acredita em mim...

Anyway... [2]
Eu quero “apenas” demonstrar o quanto eu gosto de você, o quanto você é de fato o cara foda da minha vida [tente lembrar quantas vezes eu usei esse termo e sinta a intensidade da coisa] e que essa data não é especial apenas porque representa o dia do seu aniversário e as pessoas te dão parabéns por uma convenção qualquer. Hoje foi o dia que você passou a existir para o mundo. A data de hoje só não consegue ser mais especial que o dia que você passou a existir pra mim.

E com toda a seriedade que uma pessoa de um metro e meio pode ter, eu peço: nunca se divorcie de mim.
Nem esqueça do pedido de casamento que eu já aceitei inclusive, quero ver como você vai se sair dessa agora xD.


Rafa, eu já te disse isso uma vez e não estava brincando, amo muito você.


Feliz aniversário


Beijos!

domingo, 14 de junho de 2009

Busque no Aurélio o sentido das coisas

Ando sem inspiração
Os pés tão longe do chão
Ainda com aquela vaga esperança das coisas se resolverem
E se resolverão
Eu sei que sim
É só uma questão de tempo
Ou de razão
Eu queria ter, eu queria ser, eu queria ver
Eu não queria perder
Não tive, não fui, não vi
E perdi
Eu fiquei parada esperando que tudo passasse. E passou
Passou por mim e eu nem vi
Não poderia imaginar que você estaria ali. Tão perto de mim
Não poderia imaginar que você estaria ali. Tão longe de mim
Quero lamentar meus amores. Quero beber as palavras amargas para afogar minhas mágoas.
Quero proclamar a ineficiência do amor e dizer que dia dos namorados é apenas uma data comercial.
O amor não existe.
Os homens não prestam.
Ninguém me ama
Ninguém me quer.
Ah, como dói fazer parte deste clichê.
Como dói me despedir de você.
Mas é hora de dizer adeus
É hora
Diga agora
Não diga adeus
Adeus

domingo, 7 de junho de 2009

Eu gostaria que quando eu falasse minhas dores elas saíssem da minha vida e ficassem cravadas apenas no papel. Se assim fosse, eu escreveria um livro.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

(in) correspondência

Não era pra ser um adeus, quando você veio me abraçar dizendo que nunca ia me abandonar eu tentei desviar o olhar, mas não consegui, não queria ver a verdade estampada em seus olhos, eu vi... Seu olhar em contradição as suas palavras, suas palavras formavam frases pausadas tentando convencer, mas não era a mim que você queria convencer, era a si próprio, você transpôs no seu olhar o quanto deseja que aquilo fosse um até logo, mas era muito mais que isso, era um adeus, mais palavras e frases pausadas, fez várias promessas que sabia que não ia cumprir, sabia que ia perder o que estava por vir, de pior e de melhor, não ia me ver tocando em público pela primeira vez, não ia estar presente nas minhas formaturas, não ia conhecer meu primeiro namorado, não ia receber a notícia de que entrei na faculdade, não pela minha voz trêmula, não iam ser os seus braços e suas palavras que me confortariam. Eu sei o quanto você me ama e prefiro acreditar que não era esse o futuro que você tinha em mente, não era isso que queria pra gente. O que eu posso fazer? Se você prefere fugir a enfrentar a realidade, como eu posso te levantar se você não segura a minha mão?Minhas lágrimas caem molhando este papel, minhas palavras já não fazem nenhum sentido pra mim, não importe o quanto eu escreva, o quanto eu descreva, você nunca vai saber como estou por dentro...

V. P.



Foi tentando dizer ate logo que eu disse adeus, sabendo que entre os meus grandes poderes esta o de romper os laços dos quais nunca gostaria de me desfazer. Voce nunca acreditou quando eu dizia ser alquimista. O que eu toco nao vira ouro, agora o ouro que eu toco vira cinzas. Nada é mais precioso que seu amor. Perto, não te causo nenhum bom efeito. Longe, te protejo.Eu poderia enxugar suas lágrimas e dizer que me dói te causar dor. Mas eu nao farei diferença, entendo que qualquer perda é dolorosa, ficamos tão concetrados na perda que nem nos damos conta que o que foi perdido nao valia a pena.E é assim que sinto que sou para ti. Há tempos tenho me perguntado em que sou essencial, não obtive respostas. Tambem nao tive coragem de te perguntar isso. É deprimente assumir a insignificancia diante da pessoa que se ama e que por um egoismo ou outro meu, nao gostaria de perder. Mas não é por altruismo que se perde. É por fracasso. Mesmo sabendo que bem nao te causo, não é por amor que me afasto. É por fracasso... É por fracasso...

J. T.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Nem mais 5 minutinhos...

Essa paz cantada, essa paz pintada. Ela tem hora marcada.
E todo mundo espera, mas ela está sempre atrasada.
E não resolve adiantar 10 minutos para disfarçar, ninguém vai nem notar.
Que horas marcam o relógio da paz?
Os ponteiros apontam pro Norte.
Deve ser meia-noite.
Ou meio dia.
Ou uma meia-vida qualquer.
Alguns comemoram uma expectativa de vida de 80 anos.
Eu não me conformaria nem com 713 milhões.
Que horas marcam o relógio da paz?
Todo mundo só se preocupa porque o despertador tocou.
E acordou quem fingia dormir.
Quem fingia não querer acordar.
Mas o despertador tocou.
Que horas marcam o relógio da paz?

domingo, 24 de maio de 2009

Pelo tesouro no fim do arco-íris


Eu pinto cores e o mundo é preto e branco
Mas pinto cores...
Porque eu não quero o mundo preto e branco
São os amores vermelhos, as esperanças verdes, as prosperidades amarelas, os sonhos azuis... Tudo tem uma cor. A paz é branca, mas o medo é cinza e a dor é preta.
Por isso eu pinto cores, mas o mundo é preto e branco, mais preto do que branco.
Ninguém pode pintar cores.
O mundo está preto e branco porque as pessoas querem pintar cores sozinhas.
E ninguém pode colorir na 1° pessoal do singular, não no presente.
Eu pinto cores, mas eu não disse que o faço sozinha.
Existem pessoas que pintam cores comigo e sozinha eu não conseguiria fazer.
O mundo está preto e branco porque as pessoas querem contrariar a gramática.
Eu não quero o mundo preto e branco.
Pegue um pincel, não queira contrariar a gramática.
Pinte cores no mundo preto e branco, que é mais preto do que branco.
Não pinte sozinho.
Não se pode colorir na 1° pessoa do singular, não no presente.
Mas não deixe de pintar cores, pinte comigo.



[foto: Ricardo Barros]

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Era uma vez sem viveram felizes para sempre

E lamentar não é mais o meu prazer
Dancei o ritual da perda, teria feito até magia negra.
Como se valesse mesmo passar dias a fio maldizendo o mundo pelo inevitável
O amor so existe porque inventamos.
As pessoas são eternas crianças que só sentem prazer em brincar depois que quebram o brinquedo.
O amor é o cavalo de Tróia que teimamos em aceitar.
Tudo está tão claro na minha mente que eu posso ate tocar cada sentimento.
No princípo, quando Deus criou Eva à Adão não lhes disse que a teria feito para dedicar-se em amor, nem ele a ela.
Um contrato social: Não é bom que o homem esteja só, far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele.
Sim, sozinhos somos incompletos. Mas não é amor que nos une, é a necessidade de compartilhar a vida com outra pessoa com a promessa de que ela tornará as coisas mais fáceis. Ou talvez seja só o medo de que o único rosto visto todas as manhãs seja o do espelho.
Já não me incomoda mais desacreditar num sentimento pirateado.
Fico tranqüila por perceber, ou aceitar, que não sou eu quem destrói este sentimento fingidamente puro, ele simplesmente não existe. Os laços se desfazem quando nos deparamos com esta realidade.
No fundo sabemos que ele não é real, é por isso que o buscamos sempre no outro. Quando não o encontramos, decepcionamo-nos com direito a overdoses de chocolate, mas nunca percebemos que não o vamos encontrar, então irracionalmente voltamos à procura do tesouro no fim do arco-íris.
Para os que já entenderam que encontrar o amor é dar 100 voltas imbecis atrás do próprio rabo, os parabéns e a sorte para encontrar um companheiro que de fato torne os sufocos da vida mais toleráveis. Para os Dawsons Leerys, o desgosto e o incessante vazio.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Inspiradora Clarice

Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens. Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse sempre a novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias. Mas preparado estou para sair discretamente pela saída da porta dos fundos. Experimentei quase tudo, inclusive a paixão e o seu desespero. E agora só quereria ter o que eu tivesse sido e não fui.

Clarice Lispector

quinta-feira, 7 de maio de 2009

A Sociedade dos Poetas Mortos




Tenho uma tendência natural ao passado. Qualquer coisa que me remeta ao “antigamente” me traz brilho aos olhos. Talvez seja apenas porque o passado não é o presente e é possível que se eu vivesse os anos 70 lamentasse não ter vivido os 50. Quando encontro qualquer coisa que me faça fingir viver em uma época diferente da atual, que me mostre que o presente pode virar passado, minha vida ganha um novo entusiasmo. Desta vez, o que me fez me sentir tão culta quanto as mulheres dos Anos Rebeldes foi a Sociedade dos Poetas Mortos. Ela me faz pensar que o mundo não anda tão ligeiro assim a ponto de as pessoas não terem o menor tempo que seja para se dedicar à leitura e compartilhar conhecimento com quem tem interesse. Ainda que não intencional, há um teor socialista que me deixa ainda mais fascinada. É encantadora a começar pelo fato de ser fechada, exclusiva, quase um pacto, faz-me sentir que sou especial em algum ponto e tenho o privilégio de fazer parte de um grupo seletivo de pessoas a fim de trocar informações.Tudo bem que isso contrapõe os ideais de Che Guevara, no entanto, vamos dar relevância ao fato de dispormos nossos livros para os membros da SPM e à ciranda de livros. Esqueçamos meu lado humano-detestável de ser, que acha que para ser especial é imprescindível que o outro tenha acesso negado aos mesmos privilégios que eu. Lamentável.

*vergonhapróprianestemomento*

Enfim, eu disse para esquecermos.
Falemos da fabulosa idéia do meu irmão e amigo Alan [já disse que amo odiar ele?].

Conheça a Sociedade dos Poetas Mortos. Inspire-se. Apaixone-se. Leia. Descubra-se.




quarta-feira, 6 de maio de 2009

Seja o que for

Nunca estou quando você está
Passo por essa porta tentando encontrar você
Mas você não passa por aqui
A janela lhe parece o melhor caminho, é a porta de quem foge
Então eu vou para lá esperar você passar
Justamente quando você desistiu de arriscar
Te tomo de assalto, te roubo o coração e você so me diz com licença
A sua tolerância nao me desce mais
Grite comigo, dance comigo, beba comigo, fuja comigo...

Seja meu
Meu amigo, meu amante, minha posse
Não tenha medo do dicionário
Não importam as palavras, quem as define sou eu
E elas dizem que você é meu
Meu grito, minha dança, minha bebida, minha fuga...

Essa monotonia nos destrói
Pinte de vermelho o meu coração
Beije a minha boca sem pudor
Não deixe nunca de ser meu
Meu amigo, meu amante, minha posse
Você nao me enxerga
Não quer ver que eu posso transformar o tédio em prazer
Prefere acreditar que somos fraternos
Que somos singelos
Enlouqueço na dúvida do que somos
Do que queremos
Do que seremos
Eu me dsfaço em perguntas quando penso em você
Eu esqueço o mundo, o tudo, o nada.
O nada e o tudo.
Eu grito, eu danço, eu bebo, eu fujo...

Eu nunca te encontro.

domingo, 3 de maio de 2009

Campeão Invicto!


Para alguns, é um time...

Para outros, motivo de deboche...


Mas para mim, é o sentimento mais fiel que tem!


Sou louca por ti, Corinthians!




Ps.: nao fiquem com ciumes meus corintianos, mas eu pegava o Germano. =x Tudo tem Mano no meio mesmo... hahahaha

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Perfeita simetria

Considerando que despejo minhas emoções aqui, em vocês, tento sempre encontrar a definição dos meus sentimentos para expor, nem sempre de maneira clara, o que arde em mim. Por vezes tento, sem sucesso, encontrar as palavras mais adequadas, as descrições mais fiéis. Às vezes concluo que não há definições, outras, que não as encontro simplesmente. Para o agora, a última é a ocasião. Sim, sei o que sinto, mas não consigo transformar o meu drama em algo atraente e digno de admiração poética. Tento equilibrar a dose de agonia à de sensatez, mas minhas palavras choram mais que eu. É nesses momentos que a música torna-se um espaço físico seguro para esconder, ou mostrar, minha dor. Admiro os compositores, escritores em geral, ou pela criatividade ao criar circunstâncias tão cruelmente parecidas com a realidade, ou pelo autodomínio de falar com precisão e sentimentalismo admirável o que um dia lhe afligiu e invariavelmente já afligiu a outrem. Gostaria de ter o dom de escrever na medida certa o meu pesar, o meu lamento, o meu amor perdido, ou o nunca tido. Tenho a tendência natural ao drama. Minha vida tende aos finais mais hiperbólicos, às descrições mais carregadas de angústia. Nisso eu me tiro a culpa, se há alguém que escreve nossas vidas, é no blog dele que devemos dizer quão dramático e perturbado ele é. Sinto que às vezes eu só copio a minha vida. Uso as palavras coerentes ao que aconteceu. Sinto que a culpa é de quem me escreveu. E farei das palavras já ditas o meu dicionário particular, meu tradutor de emoções. Os Engenheiros do Hawaii encarregaram-se de explicitar meus sentimentos de maneira que eu jamais conseguiria fazer com tanta veracidade.

Toda vez que toca o telefone eu penso que é você
Toda noite de insônia eu penso em te escrever
Pra dizer que o teu silêncio me agride
E não me agrada ser um calendário do ano passado
Prá dizer que teu crime me cansa
E não compensa entrar na dança
Depois que a música parou
A música parou (Parou!)
Toda vez que toca o telefone eu penso que é você
Toda noite de insônia eu penso em te escrever
Escrever uma carta definitiva que não dê alternativa
Prá quem lê
Te chamar de carta fora do baralho
Descartar, embaralhar você
E fazer você voltar ao tempo em que nada nos dividia
Havia motivo pra tudo
E tudo era motivo pra mais
Era perfeita simetria
Éramos duas metades iguais
Ao tempo em que nada nos dividia
Havia motivo pra tudo
E tudo era motivo pra mais
Era perfeita simetria
Éramos duas metades iguais
O teu maior defeito talvez seja a perfeição
Tuas virtudes talvez não tenham solução
Então pegue o telefone ou um avião
Deixe de lado os compromissos marcados
Perdoa o que puder ser perdoado
Esquece o que não tiver perdão
E vamos voltar aquele lugar
vamos voltar
Vamos voltar
Vamos voltar
Vamos voltar
Vamos voltar ao tempo em que nada nos dividia
Havia motivo pra tudo
E tudo era motivo pra mais
Era perfeita simetria
Éramos duas metades iguais

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Inventei você

Ando vagarosamente pelo quarto como quem procura lembrar algo que esqueceu. A agonia, no entanto, dá-se pelo contrário. O meu desejo é mesmo esquecê-lo. Não entenda mal, é a minha fraqueza e o meu cansaço que pedem que eu desista. Meus mais belos momentos foi minha mente quem criou, minhas memórias dão-se pela intensidade que imagino os acontecimentos, tornado-os quase concretos. E é disso que canso, amores teóricos, amores inventados. Ah meu bem, há um segredo em mim. Não quero esquecê-lo nem por um segundo, mas me atormenta o apenas “pensar” em você, o que me faz abdicar os mais íntimos desejos.
Dentro de mim há uma explosão de sentimentos. Sua voz é a mais alta. Ouço-o dentro do meu silêncio, chega a ser perturbador. Tem-me tirado a paz,a concentração, o sono. Eu peço que se cale e quando penso não mais te ouvir, você exala um aroma que me faz te sentir em todos os lugares. Entorpecedor.
Sob o delírio da sua pseudo-presença, eu sento na cama esperando encontrar ali um refúgio. Aconchego-me no travesseiro e o toco sem você sentir, aperto-o, abraço-o, cheiro-o imersa na mais completa utopia que você transformou a minha vida.
Tudo colabora para me fazer acreditar que você está perto. O vento assopra em meu ouvido fazendo-me imaginar que são as mais belas palavras ditas por você a mim. O aconchego da cama faz-me crer que os seus braços são o lugar mais seguro que eu possa estar. A chuva aumenta em mim o desejo que você me cubra de beijos e me aqueça com seu corpo. O escuro do cair da noite, faz-me enxergar apenas você.
Em meus devaneios você é tão real que até parece existir.
Saindo do extasy em que você me deixa, levanto-me ainda boba. Pois a sensação de o ter satisfaz-me por instantes. Instantes limitados pela consciência de que o sonho é também pesadelo, por sua voz gritando dentro de mim o que não quero ouvir e que me remete ao estado inicial de desconforto.
Querê-lo tornou-se uma obsessão inquietante, porém já é inevitável. Deixe-me entrar na sua vida bagunçada. Leve-me com você que eu o levarei a viver um sonho infindável.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Trecho - O Fabuloso Destino de Amélie Poulain

- Sabe a garota do copo de água?
- Sei.
- Se parece distante, talvez seja porque está pensando em alguém.
- Em alguém do quadro?
- Não, um garoto com quem cruzou em algum lugar, e sentiu que eram parecidos.
- Em outros termos, prefere imaginar uma relação com alguém ausente que criar laços com os que estão presentes.
- Ao contrário, talvez tente arrumar a bagunça da vida dos outros.
- E ela? E a bagunça na vida dela? Quem vai pôr ordem?




Nunca antes pareceu fazer tanto sentido para a minha vida este trecho do filme.
A diferença é que não foi tentando arrumar a bagunça da vida dos outro que eu encontrei alguém que pode, em potencial, arrumar a bagunça da minha vida. Aliás, nada poderia bagunçar mais a minha vida que este garoto que cruzei em algum lugar.

É compreensível que Amélie não se importe com a bagunça da vida dela, porque quem mais faz arruaça é o amor. Neste caso, por mais absurdas que possam parecer as situações às quais nos expomos, tornar-se inerte às confusões, conflitos e caos da vida é ainda a melhor opção. Eu não trocaria minha vida amorosa perturbada por nenhuma estabilidade solitária.

Não há descrição melhor para o fato de você simplesmente se sentir ligado à alguém de uma maneira ainda que inusitada do que "um garoto com quem cruzou em algum lugar, e sentiu que eram parecidos."

Entre as muitas façanhas do amor, eu levanto e bato palmas para a sua imprevisibilidade. Pelo menos é sempre dessa maneira que o anjo de flecha na mão costuma me antigir.

Que o meu destino seja igualmente fabuloso.

terça-feira, 21 de abril de 2009

“Essa coisa que busco. Vou começar por lhe dar um nome. Mas como não a conheço, justamente poque a busco, vou chamá-la simplesmente de coisa”
(por al-Khuwarizmi – citado em “O Teorema do Papagaio”)


Eu, particularmente, chamaria de amor .

Uma incógnita. A maior de todas. Auto-explicativa. Não se fala de amor por experiência, ele é multifacetado, nunca se sabe de que forma o encontrará. Só se pode falar do amor no momento em que se vive. E ele vive em mutação frenética. Quando se pensa nele no passado, já não vale como referencia para o futuro. Teoricamente não há idade para amar. No entanto, os corações novos anseiam um amor, desejam teimosamente o quem te tire os pés do chão, enquanto os corações mais vividos, estão cautelosos, o amor já lhe pregou muitas peças durante a vida. Mas, a premissa “o amor para todas as idades” volta a ser verdadeira quando se lembra que o amor nunca é o mesmo, ainda que sempre se faça o contrário, uma experiência passada não serve de espelho para a próxima.
Não falo de amor porque entendo sobre. Falo porque vivo. Porque sinto. Por que sinto?

domingo, 19 de abril de 2009

Senhas


Não, não sou bipolar, eu não tenho dupla personalidade... Apenas deixo que você pense me conhecer apenas por aquilo que eu deixo você ver. Mas há um lado escuro. Meus medos, meus demônios, meus pecados, meus erros, tudo que em mim não é adorável está escondido. Não correria eu o risco de ser perscrutável. Se importe em gostar das minhas qualidades que me importarei em as mostrar. Algumas pessoas costumam chamar de hipocrisia quando umas dizem ser o que não são. Nesse sentido, farei uma campanha para que “hipócrita” torne-se um apelido carinhoso. Ninguém é o que diz ser, pelo menos nunca apenas aquilo. Dizer o que não é também não responde muita coisa. Ser. Parafraseando Deus: Eu sou. Isso realmente basta. Eu sou. Seja o que for, eu sou. Também posso ser. Posso ser o caminho, posso ser a perdição, posso ser a verdade, posso ser a mentira, posso ser a vida, posso ser a morte, posso te levar à todo mundo e a ninguém também. Eu fui, eu sou, eu serei. Em qualquer tempo verbal sempre terei o lado desejável e o desprezível. Conheça-me você ou não. Aceite você ou não. Mostre-me eu ou não. Sempre serei a dualidade entre o bem e o mal. A disputa entre o que sou e o que gostaria de não ser. Assim sou eu.

Música título: senhas

sábado, 18 de abril de 2009

Um dia ela foge pra Bahia...



Eu costumo dizer que estou sozinha, que so tenho a mim mesma para fazer as coisas.

Isso não é bem verdade. Eu tenho na minha vida, alem de uma razão para permanecer viva, um auxilio, quase um manual de instrução de como sobreviver a cada dia nesse projétil de inferno que as vezes parece ser o mundo.

Sem mais subjetividade, vou logo me por a perguntar o que seria da minha vida, se é que eu poderia chamar de vida, se não fosse a “Pamella velha é que faz comida boa”...

Não, ela não me dá dinheiro (não que eu fosse reclamar se ela me desse uma graninha de vez em quando, rsrsrs), mas me enriquece de tantas maneiras que transbordo de alegria em a ter na minha vida e não posso esconder isso do ‘perfeição da metáfora’

Não vou expor o que me faz me apaixonar por ela todos os dias porque não quero mais ninguém para disputar comigo a atenção dela. Já me bastam certos blogs que ela anda visitando ¬¬

Enfim, para diminuir seu interesse por minha Vandinha, vou expor somente minha gratidão a ela e o quanto eu a amo, alias, não da para expor o quanto a amo, é imensurável.

Se um dia eu ficar sem net, ou parecer distante, ou sei la, qualquer coisa que faça você pensar se te amo mesmo, você vem aqui e lê essa postagem, porque esse amor é imperecível e crescente. Não vejo qualquer circunstância em que ele possa retroceder...


*pausa*


Ah pera, que ele está crescendo mais um pouco agora...


*amor maior*


Pronto, beijos Pamella Mendes, a minha Vandinha...

Ps.: Eu sou hetero xD [hahahahaha]



quarta-feira, 15 de abril de 2009

Desconheço meu “status” emocional. Não consigo diagnosticar meu sentimento. Dispus-me a escrever hoje no blog, perguntei a mim mesma o que estava sentindo e que gostaria de expressar...

*silêncio interno*

Sei que é bom. Se fosse tristeza também saberia dizer. O que também é estranho. Encontro-me geralmente tão insatisfeita com tudo, que os sintomas do vazio avassalador são detectáveis. Não é bom acostumar-se à tristeza. Como diria uma amiga minha: “ta tudo tão bom que eu quero ficar doente” o.O sim, levei séculos para entender essa filosofia, embora ainda não queira ficar doente...

Acho que a insistência em postar hoje me fez escrever palavras tão vazias e de certo não acrescentará absolutamente nada a qualquer ser que o leia. A não ser que você, leitor (nunca tive tanta certeza que uma palavra deve está no singular, rsrs), esteja curioso sobre mim... Se voce vagueasse a minha mente, se perderia na prolixidade dos meus pensamentos assim como me perdi na dos meus sentimentos.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Viva sem esperança!

Estava assistindo ao seriado Prison Break quando uma personagem disse uma coisa curiosa e digna de uma reflexão: Esperança é para pessoas que ainda não tem uma boa vida.

FATO!

Criamos o mau-hábito de acreditar que o melhor só pode acontecer no futuro. Vivemos com a esperança de ver a ordem e o progresso do Brasil, mas no HOJE vota-se sem responsabilidade. Temos a esperança de acabar com o aquecimento global, mas no HOJE muitos não conseguem ir à esquina sem o carro. Temos a esperança de um mundo menos desigual, mas no HOJE você não perde a oportunidade de humilhar seu colega/empregado. E assim vamos esperando a paz, a fraternidade, a prosperidade, um amigo, um amor, mas no HOJE, não fazemos nada. Não se deve perder a fé nem deixar de ser ambicioso. A diferença entre esperar que aconteça amanhã e fazer com que aconteça amanhã é você quem faz. Os sonhos são as asas que o homem não tem, é muito bom sonhar. Mas não é inerte ao sonho que se vai voar. Não, não é lição de auto-ajuda nem são palavras soltas para injeções de ânimo. É de fato para se pensar, embora não seja novidade, fala-se sobre correr atrás de seus sonhos o tempo inteiro. É apenas uma nova ótica. Estereotipamos muito tudo. Egoísmo é mau e Esperança é boa. Nada é tão exato. A esperança é uma situação cômoda. Passei a ver como preocupante. Sinaliza o quanto você tem feito ou deixado de fazer para estar satisfeito com o agora. Se você se vê atualmente cheio de esperanças, comece a repensar a sua vida, por que ela não esta boa o bastante para que só ‘quem sabe um dia’ ela possa melhorar? O que depende de você que tem sido adiado? Sempre há alguma coisa que se possa fazer no HOJE para que o amanhã não seja o “bom”, seja o “melhor ainda”.

Ah, e assista Prison Break, muito bom... rsrs

domingo, 12 de abril de 2009

Aquele abraço


Não me motiva escrever, o interesse que minhas idéias alcancem o mundo. Não me motiva escrever, o desabafo. Não me motiva escrever, o compartilhar de opniao. Para todas essas coisas eu tenho você. Minhas idéias te alcançam, desabafo contigo, compartilho minha opniao a respeito disso e daquilo com você. O que me motiva me contar por aí é você. Não me importa se 10 pessoas lerão ou 1000, é a sua nota que eu vou esperar. Não me importa se ninguém gostou, a minha fã é você. Não me importa se todos gostaram, eu não teria escrito se não fosse você. Sim, minhas palavras são seu monopólio, minha inspiração é uma pessoa.

Te amo, Van.