quarta-feira, 29 de abril de 2009

Inventei você

Ando vagarosamente pelo quarto como quem procura lembrar algo que esqueceu. A agonia, no entanto, dá-se pelo contrário. O meu desejo é mesmo esquecê-lo. Não entenda mal, é a minha fraqueza e o meu cansaço que pedem que eu desista. Meus mais belos momentos foi minha mente quem criou, minhas memórias dão-se pela intensidade que imagino os acontecimentos, tornado-os quase concretos. E é disso que canso, amores teóricos, amores inventados. Ah meu bem, há um segredo em mim. Não quero esquecê-lo nem por um segundo, mas me atormenta o apenas “pensar” em você, o que me faz abdicar os mais íntimos desejos.
Dentro de mim há uma explosão de sentimentos. Sua voz é a mais alta. Ouço-o dentro do meu silêncio, chega a ser perturbador. Tem-me tirado a paz,a concentração, o sono. Eu peço que se cale e quando penso não mais te ouvir, você exala um aroma que me faz te sentir em todos os lugares. Entorpecedor.
Sob o delírio da sua pseudo-presença, eu sento na cama esperando encontrar ali um refúgio. Aconchego-me no travesseiro e o toco sem você sentir, aperto-o, abraço-o, cheiro-o imersa na mais completa utopia que você transformou a minha vida.
Tudo colabora para me fazer acreditar que você está perto. O vento assopra em meu ouvido fazendo-me imaginar que são as mais belas palavras ditas por você a mim. O aconchego da cama faz-me crer que os seus braços são o lugar mais seguro que eu possa estar. A chuva aumenta em mim o desejo que você me cubra de beijos e me aqueça com seu corpo. O escuro do cair da noite, faz-me enxergar apenas você.
Em meus devaneios você é tão real que até parece existir.
Saindo do extasy em que você me deixa, levanto-me ainda boba. Pois a sensação de o ter satisfaz-me por instantes. Instantes limitados pela consciência de que o sonho é também pesadelo, por sua voz gritando dentro de mim o que não quero ouvir e que me remete ao estado inicial de desconforto.
Querê-lo tornou-se uma obsessão inquietante, porém já é inevitável. Deixe-me entrar na sua vida bagunçada. Leve-me com você que eu o levarei a viver um sonho infindável.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Trecho - O Fabuloso Destino de Amélie Poulain

- Sabe a garota do copo de água?
- Sei.
- Se parece distante, talvez seja porque está pensando em alguém.
- Em alguém do quadro?
- Não, um garoto com quem cruzou em algum lugar, e sentiu que eram parecidos.
- Em outros termos, prefere imaginar uma relação com alguém ausente que criar laços com os que estão presentes.
- Ao contrário, talvez tente arrumar a bagunça da vida dos outros.
- E ela? E a bagunça na vida dela? Quem vai pôr ordem?




Nunca antes pareceu fazer tanto sentido para a minha vida este trecho do filme.
A diferença é que não foi tentando arrumar a bagunça da vida dos outro que eu encontrei alguém que pode, em potencial, arrumar a bagunça da minha vida. Aliás, nada poderia bagunçar mais a minha vida que este garoto que cruzei em algum lugar.

É compreensível que Amélie não se importe com a bagunça da vida dela, porque quem mais faz arruaça é o amor. Neste caso, por mais absurdas que possam parecer as situações às quais nos expomos, tornar-se inerte às confusões, conflitos e caos da vida é ainda a melhor opção. Eu não trocaria minha vida amorosa perturbada por nenhuma estabilidade solitária.

Não há descrição melhor para o fato de você simplesmente se sentir ligado à alguém de uma maneira ainda que inusitada do que "um garoto com quem cruzou em algum lugar, e sentiu que eram parecidos."

Entre as muitas façanhas do amor, eu levanto e bato palmas para a sua imprevisibilidade. Pelo menos é sempre dessa maneira que o anjo de flecha na mão costuma me antigir.

Que o meu destino seja igualmente fabuloso.

terça-feira, 21 de abril de 2009

“Essa coisa que busco. Vou começar por lhe dar um nome. Mas como não a conheço, justamente poque a busco, vou chamá-la simplesmente de coisa”
(por al-Khuwarizmi – citado em “O Teorema do Papagaio”)


Eu, particularmente, chamaria de amor .

Uma incógnita. A maior de todas. Auto-explicativa. Não se fala de amor por experiência, ele é multifacetado, nunca se sabe de que forma o encontrará. Só se pode falar do amor no momento em que se vive. E ele vive em mutação frenética. Quando se pensa nele no passado, já não vale como referencia para o futuro. Teoricamente não há idade para amar. No entanto, os corações novos anseiam um amor, desejam teimosamente o quem te tire os pés do chão, enquanto os corações mais vividos, estão cautelosos, o amor já lhe pregou muitas peças durante a vida. Mas, a premissa “o amor para todas as idades” volta a ser verdadeira quando se lembra que o amor nunca é o mesmo, ainda que sempre se faça o contrário, uma experiência passada não serve de espelho para a próxima.
Não falo de amor porque entendo sobre. Falo porque vivo. Porque sinto. Por que sinto?

domingo, 19 de abril de 2009

Senhas


Não, não sou bipolar, eu não tenho dupla personalidade... Apenas deixo que você pense me conhecer apenas por aquilo que eu deixo você ver. Mas há um lado escuro. Meus medos, meus demônios, meus pecados, meus erros, tudo que em mim não é adorável está escondido. Não correria eu o risco de ser perscrutável. Se importe em gostar das minhas qualidades que me importarei em as mostrar. Algumas pessoas costumam chamar de hipocrisia quando umas dizem ser o que não são. Nesse sentido, farei uma campanha para que “hipócrita” torne-se um apelido carinhoso. Ninguém é o que diz ser, pelo menos nunca apenas aquilo. Dizer o que não é também não responde muita coisa. Ser. Parafraseando Deus: Eu sou. Isso realmente basta. Eu sou. Seja o que for, eu sou. Também posso ser. Posso ser o caminho, posso ser a perdição, posso ser a verdade, posso ser a mentira, posso ser a vida, posso ser a morte, posso te levar à todo mundo e a ninguém também. Eu fui, eu sou, eu serei. Em qualquer tempo verbal sempre terei o lado desejável e o desprezível. Conheça-me você ou não. Aceite você ou não. Mostre-me eu ou não. Sempre serei a dualidade entre o bem e o mal. A disputa entre o que sou e o que gostaria de não ser. Assim sou eu.

Música título: senhas

sábado, 18 de abril de 2009

Um dia ela foge pra Bahia...



Eu costumo dizer que estou sozinha, que so tenho a mim mesma para fazer as coisas.

Isso não é bem verdade. Eu tenho na minha vida, alem de uma razão para permanecer viva, um auxilio, quase um manual de instrução de como sobreviver a cada dia nesse projétil de inferno que as vezes parece ser o mundo.

Sem mais subjetividade, vou logo me por a perguntar o que seria da minha vida, se é que eu poderia chamar de vida, se não fosse a “Pamella velha é que faz comida boa”...

Não, ela não me dá dinheiro (não que eu fosse reclamar se ela me desse uma graninha de vez em quando, rsrsrs), mas me enriquece de tantas maneiras que transbordo de alegria em a ter na minha vida e não posso esconder isso do ‘perfeição da metáfora’

Não vou expor o que me faz me apaixonar por ela todos os dias porque não quero mais ninguém para disputar comigo a atenção dela. Já me bastam certos blogs que ela anda visitando ¬¬

Enfim, para diminuir seu interesse por minha Vandinha, vou expor somente minha gratidão a ela e o quanto eu a amo, alias, não da para expor o quanto a amo, é imensurável.

Se um dia eu ficar sem net, ou parecer distante, ou sei la, qualquer coisa que faça você pensar se te amo mesmo, você vem aqui e lê essa postagem, porque esse amor é imperecível e crescente. Não vejo qualquer circunstância em que ele possa retroceder...


*pausa*


Ah pera, que ele está crescendo mais um pouco agora...


*amor maior*


Pronto, beijos Pamella Mendes, a minha Vandinha...

Ps.: Eu sou hetero xD [hahahahaha]



quarta-feira, 15 de abril de 2009

Desconheço meu “status” emocional. Não consigo diagnosticar meu sentimento. Dispus-me a escrever hoje no blog, perguntei a mim mesma o que estava sentindo e que gostaria de expressar...

*silêncio interno*

Sei que é bom. Se fosse tristeza também saberia dizer. O que também é estranho. Encontro-me geralmente tão insatisfeita com tudo, que os sintomas do vazio avassalador são detectáveis. Não é bom acostumar-se à tristeza. Como diria uma amiga minha: “ta tudo tão bom que eu quero ficar doente” o.O sim, levei séculos para entender essa filosofia, embora ainda não queira ficar doente...

Acho que a insistência em postar hoje me fez escrever palavras tão vazias e de certo não acrescentará absolutamente nada a qualquer ser que o leia. A não ser que você, leitor (nunca tive tanta certeza que uma palavra deve está no singular, rsrs), esteja curioso sobre mim... Se voce vagueasse a minha mente, se perderia na prolixidade dos meus pensamentos assim como me perdi na dos meus sentimentos.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Viva sem esperança!

Estava assistindo ao seriado Prison Break quando uma personagem disse uma coisa curiosa e digna de uma reflexão: Esperança é para pessoas que ainda não tem uma boa vida.

FATO!

Criamos o mau-hábito de acreditar que o melhor só pode acontecer no futuro. Vivemos com a esperança de ver a ordem e o progresso do Brasil, mas no HOJE vota-se sem responsabilidade. Temos a esperança de acabar com o aquecimento global, mas no HOJE muitos não conseguem ir à esquina sem o carro. Temos a esperança de um mundo menos desigual, mas no HOJE você não perde a oportunidade de humilhar seu colega/empregado. E assim vamos esperando a paz, a fraternidade, a prosperidade, um amigo, um amor, mas no HOJE, não fazemos nada. Não se deve perder a fé nem deixar de ser ambicioso. A diferença entre esperar que aconteça amanhã e fazer com que aconteça amanhã é você quem faz. Os sonhos são as asas que o homem não tem, é muito bom sonhar. Mas não é inerte ao sonho que se vai voar. Não, não é lição de auto-ajuda nem são palavras soltas para injeções de ânimo. É de fato para se pensar, embora não seja novidade, fala-se sobre correr atrás de seus sonhos o tempo inteiro. É apenas uma nova ótica. Estereotipamos muito tudo. Egoísmo é mau e Esperança é boa. Nada é tão exato. A esperança é uma situação cômoda. Passei a ver como preocupante. Sinaliza o quanto você tem feito ou deixado de fazer para estar satisfeito com o agora. Se você se vê atualmente cheio de esperanças, comece a repensar a sua vida, por que ela não esta boa o bastante para que só ‘quem sabe um dia’ ela possa melhorar? O que depende de você que tem sido adiado? Sempre há alguma coisa que se possa fazer no HOJE para que o amanhã não seja o “bom”, seja o “melhor ainda”.

Ah, e assista Prison Break, muito bom... rsrs

domingo, 12 de abril de 2009

Aquele abraço


Não me motiva escrever, o interesse que minhas idéias alcancem o mundo. Não me motiva escrever, o desabafo. Não me motiva escrever, o compartilhar de opniao. Para todas essas coisas eu tenho você. Minhas idéias te alcançam, desabafo contigo, compartilho minha opniao a respeito disso e daquilo com você. O que me motiva me contar por aí é você. Não me importa se 10 pessoas lerão ou 1000, é a sua nota que eu vou esperar. Não me importa se ninguém gostou, a minha fã é você. Não me importa se todos gostaram, eu não teria escrito se não fosse você. Sim, minhas palavras são seu monopólio, minha inspiração é uma pessoa.

Te amo, Van.